Câncer de Estômago: Prevenção e o Papel da Endoscopia no Diagnóstico e Tratamento

A prevenção do câncer de estômago envolve a identificação e mitigação de fatores de risco conhecidos. Estes incluem infecção por Helicobacter pylori, consumo excessivo de alimentos processados e ricos em sal, tabagismo e consumo de álcool. A erradicação de H. pylori através de terapia com antibióticos pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de câncer gástrico. Além disso, uma dieta rica em frutas, vegetais e fibras, junto com a manutenção de um peso saudável, pode ajudar na prevenção.
O diagnóstico do câncer de estômago geralmente começa com a avaliação clínica, incluindo anamnese detalhada e exame físico. Sintomas como perda de peso inexplicada, dor abdominal, náuseas, vômitos e sangramento gastrointestinal podem levantar a suspeita. Exames laboratoriais, como hemograma completo, níveis de hemoglobina e marcadores tumorais (CEA, CA 19-9), são frequentemente solicitados.
A endoscopia digestiva alta é o principal exame diagnóstico para o câncer de estômago. Durante a endoscopia, é possível visualizar diretamente a mucosa gástrica e realizar biópsias de lesões suspeitas. A biópsia por agulha fina é o padrão-ouro para o diagnóstico histopatológico, permitindo a identificação de adenocarcinomas e outros tipos histológicos menos comuns, como linfomas e tumores neuroendócrinos.
O tratamento endoscópico do câncer de estômago depende do estágio e localização do tumor. Para tumores em estágio inicial, a resseção endoscópica pode ser uma opção viável. Este procedimento envolve a remoção do tumor utilizando técnicas endoscópicas avançadas, como a terapia de ablação por radiofrequência ou a terapia de corte e coagulação.
A endoscopia também pode ser utilizada para a dilatação de estenoses e tratamento de hemorragias gástricas. Em casos de tumores mais avançados, a gastrectomia pode ser necessária. A endoscopia pode auxiliar no estadiamento do tumor e na planejamento cirúrgico, permitindo uma abordagem mais precisa e minimamente invasiva. Além do tratamento endoscópico, a quimioterapia e a radioterapia podem ser indicadas para melhorar os resultados clínicos e aumentar a sobrevida dos pacientes. A terapia-alvo e a imunoterapia também estão sendo cada vez mais utilizadas no tratamento do câncer gástrico, oferecendo novas esperanças para pacientes com doenças avançadas.

Autor: Dr. Tiago César Uchôa Pereira
CRM-CE 16901 RQE 9769
- Residência em Endoscopia Digestiva no Hospital Geral de Fortaleza.
- Orientador da Residência de Endoscopia Digestiva do Hospital Geral de Fortaleza.
- Membro da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva.