Colonoscopia de Rastreio para Câncer Colorretal

O câncer colorretal, ou seja, o que acomete o intestino grosso e o reto, ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de cólon e reto para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos, correspondendo a um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes. Além disso, segundo dados da Organização Mundial da Saúde ( OMS) , o câncer colorretal tem a segunda maior mortalidade dentre os cânceres no mundo e sua incidência tem taxas crescentes na América do Sul, sobretudo e preocupantemente na população mais jovem ( 20-49 anos). 

Dentre os principais fatores de risco modificáveis para essa doença, encontram-se a obesidade, o sedentarismo,o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e uma dieta rica em  alimentos ultraprocessados. Infelizmente, existem alguns fatores de risco que não são modificáveis, como a história familiar de neoplasia, algumas síndromes genéticas e doença inflamatória intestinal.

Esse tipo de câncer, na maioria das vezes, surge da sequência de várias mutações que acometem as células da parede do nosso intestino, as quais originalmente tendem a formar os chamados pólipos, que por sua vez, ao longo de anos, podem transformar-se no câncer colorretal.

De forma preocupante, 85% dessas neoplasias são diagnosticadas em fase avançada, ou seja, quando já há invasão de outros órgãos e às vezes até metástases, o que diminui enormemente as chances de cura e a sobrevida do paciente.

Assim, a colonoscopia surge como um exame muito importante para o diagnóstico precoce dessa doença. Esse exame é indolor, realizado após preparo intestinal adequado, com assistência de anestesista ( o paciente dorme e não vê o exame) e que permite examinar de forma minuciosa o interior do intestino grosso e reto e retirar tais pólipos potencialmente malignos.

  Os guidelines americanos respaldados mundialmente recomendam que esse exame seja feito ( caso não haja histórico na família) a partir dos 45 anos e os exames subsequentes agendados de acordo com o tipo e tamanho dos pólipos encontrados. Caso haja casos na família em parentes de primeiro grau ( pai, mãe e irmãos) de câncer colorretal, este rastreio deve ser iniciado de forma mais precoce, aos 40 anos ou dez anos antes do caso índice.

Autor: Dr. Fernando Antônio
de Castro Alves

CRMCE 4671